sexta-feira, 14 de março de 2014

Grupo Populacho 12 anos - Parte I - Catavento em Transe



Grupo Populacho 12 anos - Reflexão - (Inauguração)


O Grupo Populacho entrou em um processo de reflexão de suas atividades, do seu contexto histórico/cultural.

Neste quase 12 anos, fomos influenciados em nossas ações e nas atividades pela dinâmica cultural reinante, nosso ponto de vista sofreu alterações. Provocamos, fomos provocados e isso gerou motivações para sermos um coletivo aguerrido, irreverente, pesquisador, engajado... Nossa opinião em muitos casos nos deixou em evidência. Críticas, elogios, fazem parte do jogo. Fazem parte da vida.

Pouco nos interessou a única ferramenta de financiamento público para artes na cidade, contradição da gestão nos afastava. No geral nossos espetáculos foram levantados com nossos esforços e/ou doações. Em 2007 tivemos a experiência de custear um espetáculo com centenas de doações de pessoas que, de alguma maneira acreditaram em nosso trabalho, em nosso engajamento.

Em 2009, um projeto germinado em uma Escola de Artes da Cidade e que deveria ter investimentos da gestão pública, (algo que não aconteceu) fez o grupo assumir os riscos e os custos, para nós integrantes, era questão de honra concluir, afinal  tínhamos nos envolvido emocionalmente com o trabalho, com a pesquisa -- Falávamos da segregação que o Estado exerceu sobre os hansenianos, e isso nos gerou estímulos para falarmos da segregação social, do abismo que ainda vivemos. Só com o projeto em andamento e a repercussão que gerou na cidade, que a gestão quis se apropriar do espetáculo, usando os meios de comunicação para divulgar como proprietária do trabalho, não houve preocupação em dá crédito pela obra. Nem o respeito pelo espaço tivemos, limpeza e material higiênico foram cortados - Limpeza e produtos de higiene realizada e doado pelos integrantes do grupo, mas expormos isso em nosso trabalho. Afinal, somos conhecidos por nossa forma de expor as contradições.

Em 2012 acreditando que a forma de pensamento cultural havia alterado, decidimos concorrer ao único financiamento público municipal, e não podíamos estar mais equivocados. Contemplados em 2012; Projeto pensado para o ano, mas só recebemos em maio de 2013. Nossas atividades e nosso cronograma de trabalho tiveram que ser alterado, compromissos para 2013 tiveram que ser cancelados por falhas que não eram nossas.

A cidade ainda trata as produções de forma "amadora" no pior sentido da palavra, sabemos que não queremos isso para nosso trabalho, sabemos que a cidade não quer isso para seus artistas. Mas... Aqui estamos refletindo. Em 12 anos aprendemos, amadurecemos, discutimos, lutamos, nos expomos, nos manifestamos, tivemos muitas conquistas e muitos retrocessos. Mas a essência do nosso trabalho, a essência da nossa visão de mundo não se alterou e não se alterará por migalhas e falsas conduções culturais -- Perseguições quase não houve. Entraves quase não houve. De alguma maneira, Sobrevivemos!!!

A ba.bi.lô.nia concretizou-nos um mundo confuso e confusamente percebido, nos enfiou de cabeça em Estudos sobre a Segregação nos fazendo ouvir uma Canção Pro Sol Voltar,  cantando, brincando abrimos um Circo Retirante passeamos pelos 4 cantos da imaginação, paramos para beber um Copo d'água, recebemos título de irreverência, de melhor espetáculo, mas a tempestade ainda estava por vir, não em Nossa Cama de Casal nem no Auto de Natal, mas em nosso fazer teatral.

POPULACHO EM SUSPENSÃO

O que eu queria era edificar uma nova cidade uma nova torre, preparar ou anunciar um mundo futuro. Mas hoje só consigo pensar em universos possíveis. "ba.bi.lô.nia com.pac.ta.da" -- Grupo Populacho.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Ultimas apresentações no teatro Nelson Rodrigues!

O projeto Circuito Babel contemplado pelo Funcultura (Fundo Municipal de Cultura de Guarulhos) terá suas últimas apresentações no teatro Nelson Rodrigues.

Acompanhe o blog http://diariobabilonia.blogspot.com.br/ para saber sobre os novos locais de apresentação e as datas e locais das oficinas do projeto!







quarta-feira, 26 de junho de 2013

Grupo Populacho apresenta o espetáculo ba.bi.lô.nia com.pac.ta.da




Peça itinerante será encenada durante os meses de junho a setembro em Guarulhos

Discussão sobre a rotina e o caos interno individual são os temas abordados no espetáculo itinerante ba.bi.lô.nia com.pac.ta.da: Paisagens de Desejos Sucumbidos e Trabalhos Medíocres, que será encenado pelo grupo Populacho durante os meses de junho a setembro (veja o cronograma abaixo), no complexo Nelson Rodrigues(apresentações serão na sala de ensaios, coreto, rua, parte externa do teatro e palco).
Trata-se de um espetáculo que mostra um dia em um escritório e as consequências desse dia para uma faxineira que nele trabalha. Os fatos ali vistos por ela, associados às interpretações que essa jovem faz sobre trechos bíblicos, fazem com que essa empregada veja o mundo atual como a concretização do mito Babilônia.
Ba.bi.lô.nia representa nossa inquietação e discussão sobre os espaços da cidade e seu sistema pragmático de trabalho. Ela discorre sobre as relações sociais de uma sociedade desgastada que reflete sobre seu espaço como indivíduo em seu cotidiano, onde são facilmente incorporados as possibilidades de negócios”, afirma Luciano Gentile, organizador e diretor.
O Grupo Populacho é considerado um dos principais coletivos artísticos do município de Guarulhos. Desde janeiro de 2011, o grupo trabalha com o processo de criação do espetáculo ba.bi.lô.nia. Entre suas montagens estão: Estudo sobre a Segregação, que tece uma crítica sobre o tratamento desumano dado pelo governo aos portadores de hanseníase no século XX; O Circo de RetirantesCanção pro Sol voltar, baseada na obra do poeta Castelo Hanssen; entre outras.

Ficha técnica
Direção: Luciano Gentile
Elenco: Aline Fonseca, Gabriela Saiani, Juliana Araujo, Rodrigo Pignatari, Pamela Regina.
Elenco de Apoio: Franklin Jones, José Guilherme, Guilherme Gruber, Jéssica Leandro, Renata Konsso.
Músico: Edson Luciano.
Bailarinas: Khalina Aymelek, Hafiza Nawar, Caliope Nawar, Carol Morimoto, Haranin Julia, Khalilah Zurah.
Participação Especial: Adriano Gomes.
Apoio técnico: Juliana Seabra.
Iluminação Concepção: Luciano Gentile e Rodrigo Pignatari.
Figurino: Pamela Regina.
Adereços: Juliana Araujo.
Fotografia: Natalia Araujo.
Produção Executiva: Franklin Jones.
Assistência de Produção: Pamela Regina.
Mídias Sociais: Aline Fonseca.
Assessoria de Imprensa: Elisabete Machado.
Design Gráfico: Inspira Design.


Datas de apresentações e horários
30/06 - 20h30
06/07 - 20h30
07/07 - 17h30 e 20h30
03/08 - 17h30 e 20h30
04/08 - 17h30 e 20h30
14/09 - 17h30 e 20h30
15/09- 17h30 e 20h30

Serviço
Complexo Teatro Nelson Rodrigues
Rua dos Coqueiros, 74 - Lago dos Patos – Vila Galvão
Telefones: 2459-1813 ou 2459-4568
Capacidade: 30 pessoas
Duração: 120 minutos
Faixa etária: 16 anos
Grátis
Contato Produção: grupopopulacho@gmail.com
Telefones: (11)9 8319-2349 ou (11)9 6730-7732

Ba.bi.lô.nia - Temporada Funcultura.


Datas de apresentações e horários
30/06 - 20h30
06/07 - 20h30
07/07 - 17h30 e 20h30
03/08 - 17h30 e 20h30
04/08 - 17h30 e 20h30
14/09 - 17h30 e 20h30
15/09- 17h30 e 20h30
Serviço
Complexo Teatro Nelson Rodrigues
Rua dos Coqueiros, 74 - Lago dos Patos – Vila Galvão
Telefones: 2459-1813 ou 2459-4568
Capacidade: 30 pessoas
Duração: 120 minutos
Faixa etária: 16 anos
Grátis

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pequeno universo possível

Hoje, a casa que é da Faxineira, um dia foi do Seu Valdir. A faxineira alugou, porque é o local mais próximo do escritório onde ela trabalha. Mas está é uma outra história. Seu Valdir morou nesta casa que era muito fria, sem muita porta, mas com muitas janelas para poder fitar os olhos para todas as direções. La morava com ele, Juju e Rebeca, que ele educava e alimentava todos os dias, sem contar outros amigos que ele hospedava em sua casa como se fosse um hotel. Lá ele também recebia às vezes um grupo de teatro e emprestava sua casa para ensaios. Nesta casa ele também era ajudado por outros amigos que traziam alimento e conversas fiadas, afinal de contas, todo mundo precisa de conversas sem pretensões, só conversas. Hoje ele mora em outra casa, um pouco mais quente, com cama, fogão, geladeira, tv e um radinho. No entanto a casa que hoje mora a faxineira, tem muitas histórias despretensiosas da época do Seu Valdir, talvez por isso que eu lembre mais, deste pequeno universo possível, se fosse maior, acho que não seria possível.

ba.bi.lô.nia em breve!!